A busca de uma vacina contra a dengue

13/03/2016 - NGP - Assessoria à Elaboração de Projetos

pessoa em laboratório está realizando uma análise clínica

Bilhões de pessoas no mundo estão sob a influência da possibilidade de se infectarem pelos vírus da dengue, especialmente em países localizados no hemisfério Sul, que abrigam cidades com problemas no âmbito social, demográfico, estrutural, econômico, educacional, ambiental e de saúde. A dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, tendo ocorrido diversas epidemias no Brasil ao longo dos anos.

De acordo com a edição número dois, do volume 48 do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, em 2016 foram registrados mais de 1,4 milhão de casos prováveis de dengue no Brasil, com uma incidência de 731,9 casos para cada 100 mil habitantes. A região Sudeste registrou 57,3% dos casos prováveis de dengue em relação ao total do país.

Por esse motivo, o desenvolvimento de uma vacina que possa imunizar muitas pessoas em zonas susceptíveis do planeta e reduzir o número de óbitos decorrentes da doença, desponta como linha de pesquisa em diversos países. Um projeto acordado entre o Governo Federal Brasileiro, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) por meio do Instituto BioManguinhos e a GlaxoSmithKline do Brasil Ltda. (GSK) pretende desenvolver uma vacina imunizante antidengue para os subtipos virais 1, 2, 3 e 4, com transferência de tecnologia e direitos compartilhados de desenvolvimento.

Em Campinas, o projeto é coordenado pelo médico infectologista da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, Francisco Hideo Aoki, com o apoio administrativo da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp), em estreita colaboração com a Secretaria de Saúde da Prefeitura Municipal de Campinas.

"Trata-se de um projeto multicêntrico de pesquisa que tem sido desenvolvido em alguns Estados brasileiros, dentre eles São Paulo. Em Campinas, haverá o desenvolvimento da pesquisa com acompanhamento clínico e epidemiológico de 600 pessoas residentes num dos bairros da cidade, durante quatro anos. Esse projeto se configura como um preparo para teste de vacina antidengue 1, 2, 3 e 4, em outro projeto de pesquisa, se tudo correr como esperamos", explica Aoki.

De acordo com o médico da Unicamp, o contexto e a importância desse projeto são inequívocos. Além de competitivo com outros estudos voltados para testes de vacina, o projeto poderá, futuramente, permitir a existência de mais de uma alternativa de imunizações para populações suscetíveis à dengue.

"Com esse acordo entre o governo brasileiro e a empresa desenvolvedora também de vacinas, haverá transferência plena da tecnologia da GSK para BioManguinhos, para o desenvolvimento da vacina. Assim, o Brasil poderá participar do desenvolvimento, da produção, distribuição e comercialização da vacina, por meio de entidades governamentais brasileiras", reforça Aoki.

Relatório de Atividades 2016

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